Os exobiólogos estão muito interessados em Europa. E com motivo: a lua glacial de Júpiter é, sem dúvida, e em companhia de Marte, um dos lugares do Sistema Solar em que a vida tem mais probabilidades de se desenvolver.
Por ocasião do congresso da União Geofísica Norte-Americana, na semana passada em San Francisco, Califórnia, os planetólogos americanos apelaram pelo envio de uma missão ao satélite de Júpiter.
O apelo deles surgiu depois que a Agência Espacial Européia (ESA) selecionou, entre os 50 projetos apresentados, uma missão de exploração da pequena lua glacial (cerca de 3,1 mil km de diâmetro), para o seu próximo programa científico (2015/25).
Desde o envio da missão Galileo de exploração espacial, os planetologistas estão certos de que a lua abriga um oceano de água em forma líquida sob sua camada superficial de gelo. "A maneira pela qual Europa afeta o campo magnético de Júpiter assim o demonstra", disse o geofísico Raymond Pierrehumbert, da Universidade de Chicago. "A questão a resolver no momento é determinar a espessura dessa crosta".
Sob a influência do campo gravitacional de Júpiter, a estrutura interna de Europa sofre torções que aquecem seu núcleo rochoso. Essa fonte interna de calor explica a presença de água em estado líquido sob a crosta gelada, que de acordo com os modelos pode ter uma espessura de entre três e 30 km.
"A primeira etapa seria o envio de uma plataforma orbital de pesquisa que permitiria, entre outras coisas, medir a espessura da crosta glacial", explicou William McKinnon (da Universidade Washington, em St. Louis).
Tendo estabelecido essa cartografia, o passo seguinte na exploração seria enviar um veículo robotizado ao ponto de menor espessura da crosta, a fim de que ele conduza perfurações e explorações in loco sobre o oceano subterrâneo do planeta.
Por enquanto, os instrumentos que os cientistas sonham ver embarcados em uma plataforma orbital para a exploração da Europa já foram aprovados para missões em curso, entre as quais, por exemplo, a Mars Express, entre cujas missões está o estudo da calota glacial no pólo sul marciano. As mais recentes observações realizadas da Terra também podem se provar úteis.
Porque, em Europa, "existe uma interconexão entre o oceano líquido e a calota glacial, teremos provavelmente o ambiente, no Sistema Solar, que mais se assemelha ao que podemos encontrar na Terra", diz Donald Blankenship, da Universidade do Texas, em Austin.
Por exemplo podemos tomar os lagos existentes sob a calota polar antártica da Terra, como o lago Vostok, no qual um estudo realizado por cientistas russos e franceses em 2004 sugere a presença de vida bacteriana.
A exploração de Europa, que envolveria a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) dos Estados Unidos e a agência espacial japonesa (JAXA), concorre com uma missão de retorno a Titã, lua nublada de Saturno na qual a sonda Huygens, da ESSA, aterrissou em janeiro de 2005 para prospecção inicial.
Alguns cientistas desejam enviar um veículo robotizado a Titã para sobrevoar em baixa altitude as dunas e avaliar a presença de hidrocarbonetos em forma líquida.
Detalhes da imagem: A Lua de Júpiter.
Obrigado Pela atenção!!!
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