O aglomerado de galáxias mais distante da Terra foi descoberto pelo Observatório Chandra da NASA.
O aglomerado, conhecido como JKCS041, está localizado à cerca de 10,2 bilhões de anos-luz da Terra, e está sendo observado da forma que ele era quando o Universo tinha apenas um quarto de sua idade atual. O aglomerado bateu o dono anterior do título, XMMXCS J2215.9-1738, em cerca de um bilhão de anos-luz.
Aglomerados de galáxias – amontoados de galáxias mantidas juntas pela atração gravitacional mútua – são os maiores objetos gravitacionalmente presos do Universo. Encontrar estruturas tão grandes nesta época jovem pode revelar informações importantes sobre a forma como o Universo evoluiu neste estágio crucial.
JKCS041 foi encontrado na começo da época onde cientistas acreditam que os aglomerados de galáxias começaram a existir baseado no tempo que demoraria para se formarem. Portanto, estudar suas características – tais como composição, massa e temperatura – irá revelar mais sobre a forma como o Universo tomou forma.
“Este objeto está perto da distância limite esperada para um aglomerado de galáxias,” disse Stefano Andreon, um membro da equipe do Chandra. “Não acreditamos que a gravidade possa trabalhar rápido o suficiente para formar aglomerados de galáxias em uma época mais jovem.”
As galáxias que formam o aglomerado foram originalmente detectadas em 2006 em uma pesquisa do Telescópio Infravermelho do Reino Unido (UKIRT). A distância até o aglomerado foi então determinada de observações ópticas e em infravermelho do UKIRT, o Telescópio CFHT no Havaí, e o Telescópio Espacial Spitzer da NASA.
Os dados do Chandra foram o último – mas crucial – pedaço de evidência que mostrou o JKCS041 é, de fato, um aglomerado de galáxias. As emissões de Raios X vistas pelo Chandra mostram que gás quente foi detectado entre as galáxias, da forma como é esperado em um verdadeiro aglomerado de galáxias, ao contrário de um que foi descoberto durante a formação.
Ainda não é possível, com a detecção de apenas um aglomerado extremamente distante, testar modelos cosmológicos, mas pesquisas estão sendo feitas para encontrar outros aglomerados em distâncias extremas.
“Esta descoberta é animadora porque é como encontrar um fóssil de um Tiranossauro rex que é muito mais antigo que qualquer outro conhecido,” disse o Ben Maughan, um membro da equipe do Chandra. “Um fóssil pode encaixar com o nosso entendimento de dinossauros, mas se você encontrar vários outros, você pode começar a reavaliar a forma como os dinossauros evoluíram. O mesmo se mantém verdade para aglomerados de galáxias e o nosso entendimento de cosmologia.”
Esta descoberta será detalhada em uma futura edição do jornal Astronomia & Astrofísica.
Detalhes da imagem: Fusão de duas galáxias. Reparem no segmento que sai do halo, segmento que é a outra galáxia aglutinando-se.
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